Tuesday, January 26, 2016

O fim de uma era!

Agora em janeiro de 2016 me mudei do sobrado onde estava, e por isso, desativei o composteiro. Joguei o adubo pronto na grama, fiz um buraco pra enterrar as fezes que estavam no pote de armazenamento, lavei e descartei as caixas e ferramentas.

Em março do ano passado fiz a estatística: "estimei que a minha casa produz em média 660 g de fezes de cachorro por dia. Assim sendo, desde julho de 2010, foram 1,1 tonelada de fezes de cachorro que foram compostadas na minha casa!". Até agora o número pode ter aumentado um pouco.

No apartamento onde vou as coisas serão diferentes e não sei como vai ser. Mesmo porque hoje em dia tenho menos tempo pra dedicar à jardinagem & assuntos relacionados. Mesmo assim a experiência valeu, inclusive se esse conhecimento puder ser usado por outras pessoas.

Se tiverem dúvidas não hesitem em me contactar, terei prazer em ajudar:
https://www.facebook.com/juliano.kessler
E por aqui, através dos comentários!

Sunday, May 3, 2015

Métodos que não deram certo: Enterramento e composteiro subterrâneo

Antes de chegar no processo atual que sigo repetindo há alguns anos (de misturar com serragem e mexer semanalmente), fiz alguns testes. Um dos testes que fiz foi o composteiro enterrado, estilo fossa séptica. Neste modelo, você joga as fezes em um pote enterrado com o fundo conectado com o solo (sem fundo ou com fundo perfurado) e joga enzima de fossa séptica, que contém bactérias que vão degradar as fezes. 

Foi um total fracasso. Não houve degradação das fezes. Elas ficaram praticamente sem alteração, da mesma forma que ficam quando guardo num pote fechado com tampa. 

Tentei muitas coisas. Jogar o conteúdo de um envelope de enzima. Jogar vários juntos. Jogar água. Deixar sem água. Jogar água junto com envelope de enzima. Nada resolveu. Desisti, e como o pote estava enterrado e cheio de fezes, deixei lá parado por vários meses até fazer uma obra que que exigiu retirar o pote, e nesses meses todos não havia acontecido nenhuma degradação das fezes. Nenhuma redução de volume.

Não sei qual foi meu erro. Pensei em tentar um modelo enterrado diferente, que fica permanentemente preenchido com água, onde da metade para baixo, não há furos, e assim acumula água. Mas aí a coisa estava ficando muito trabalhosa, e o método de misturar com serragem estava dando certo, então abandonei este modelo enterrado. 

Outra coisa que também tentei foi simplesmente enterrar. Fazer um buraco grande, ir enchendo de fezes no dia-a-dia, e quando estiver quase cheio, tapar com terra. Este método funciona bem. Mas é super trabalhoso. Pois periodicamente precisa-se fazer buracos grandes na terra. E boa parte do meu quintal é argiloso, assim cavar é 3x mais difícil. Abandonei o enterramento de fezes.

Compartilho a experiência pois pode ser útil para alguém. Se alguém conseguiu fazer este modelo enterrado funcionar, estou interessado em saber como. 


Foto de quando estava construindo o composteiro subterrâneo, estilo fossa séptica.

Sucesso.

Em julho de 2010 que montei a primeira caixa, então de plástico, para fazer compostagem de fezes dos cachorros da minha casa.

Fiz um cálculo. Pesei as fezes de um dia (foi só pesar a pá cheia com uma balança de gancho, depois pesar a pá vazia e subtrair a diferença, pois como já escrevi, você nunca precisa chegar muito perto das fezes). Assim estimei que a minha casa produz em média 660 g de fezes de cachorro por dia. Assim sendo, desde julho de 2010, foram 1,1 tonelada de fezes de cachorro que foram compostadas na minha casa! Tudo isso são nutrientes que voltaram para a terra ao invés de serem acumulados no aterro da prefeitura, sem contar as inúmeras sacolas plásticas que eu teria usado se estivesse ensacado tudo.

Toda essa matéria orgânica, transformada em composto orgânico estável e nutritivo para as plantas, foi reaproveitada no meu quintal. Talvez você deva estar pensando que o meu quintal deve estar lotado. Mas na verdade, conforme já escrevi, o composto reduz muito de volume em relação à matéria-prima. À medida que se usa em floreiras, covas e espalhando na grama, ele vai sumindo.

Quando fiz este blog achei que teria muito o que escrever. Mas o processo já está bem desenvolvido, e apenas sigo repetindo-o. Também não fiz mais pesquisas sobre o assunto pois considero que já sei o que precisava saber. Pode parecer que o blog morreu. Mas é que não há muito mais o que postar.

Estou à disposição para quem quiser tirar dúvidas. No começo o blog não me avisava dos comentários. Mas isto já está resolvido.

Então vamos ver umas fotos para comemorar a primeira tonelada ;)

O primeiro pote que usei para fazer compostagem. Com um termômetro. Achei que ia precisar. Mas logo quebrou e joguei fora. Não fez falta.

A tropa em 2010.

As caixas que uso hoje. 2 para compostagem, um pote (verde) para armazenagem. Uma pá de lixo + uma pá de jardim para juntar. Uma enxada para misturar (não aparece na foto).

A tropa em 2015.

Wednesday, September 12, 2012

Cãopostagem na mídia!

O blog Cãopostagem saiu numa revista! O editor da revista 4Patas, de Limeira-SP, soube do tema e me ofereceu espaço para escrever e publicar um artigo. O texto está aí, e a edição 7 da revista já foi lançada!

Leia a edição completa da revista no link abaixo. O artigo está na página 47.
http://issuu.com/revista4patas/docs/revista4patas7/47

Site da revista:
revista4patas.com.br

É o cocô virando manchete.


Gostou? Eu que adubei!

Este gerânio havia sido plantado uns 2 anos atrás. Andava meio caído e desestimulado. Mas depois que a terra ao redor da raiz foi removida e substituída com terra misturada com húmus feito com fezes de cachorro, a planta se levantou, cresceu e ficou bem mais folhada. O crédito em parte vai para a provedora dos nutrientes, na foto, a Pantufa, monitorando a sacada pra ver se vai tudo bem.


Sunday, March 4, 2012

Nova caixa para a compostagem

A caixa de plástico que comprei, além de ter sido cara, era frágil e logo rachou com as batidas da enxada que uso.

Tive então esta idéia de uma caixa funcional e barata. Fui numa serraria próxima e vi que eles vendem tábuas de 30 x 2 cm, com 2,5 m de comprimento, e de 5 x 5 cm, com 2,5 m de comprimento. Com essas medidas, esbocei uma caixa. Voltei na serraria e comprei 3 tábuas, que eles entregam cortadas no tamanho certo. Aí foi só pregar tudo junto em casa. Comecei pregando as partes azuis nas vermelhas, depois preguei juntos os pares de azuis com vermelhas, depois alinhei e preguei as amarelas com as verdes, depois preguei tudo junto.

A caixa custou R$ 18 em madeira, mais R$ 6 em um saco grande de pregos (que dá pra muitas caixas). Depois, ainda fiz furos nela para a aeração.

O pinus apodrece se pegar chuva demais, mas a um preço tão baixo, acho que ainda vale a pena. A caixa já completou 6 meses e ainda está nova.






Sunday, August 21, 2011

A receita

Esta é a receita que estou seguindo. Não é perfeita, mas funciona. À medida que a for aprimorando, vou atualizando o texto.

Fonte

O melhor e mais completo artigo que encontrei sobre o tema é o Composting Dog Waste, do Depto. de Agricultura dos USA e do Depto. de Conservação do Solo e Água de Fairbanks, Alaska, USA. O documento é muito bom. Recomendo a leitura completa de suas 11 páginas se você sabe inglês. Aqui estão as informações mais importantes deste artigo:

Ingredientes

A compostagem requer a mistura de materiais ricos em nitrogênio (também chamados de materiais verdes ou úmidos) e materiais ricos em carbono (também chamados de marrons ou secos).

Materiais ricos em nitrogênio:
  • fezes de cachorro
  • grama verde
  • lixo vegetal
  • esterco de outros animais
Materiais ricos em carbono:
  • serragem
  • palha seca
  • jornal picado
  • folhas secas
A serragem é um ótimo ingrediente para ser usado. É muito fácil de arranjar. Vá em qualquer serraria e leve um saco de lixo grande, e peça pra levar um pouco. Mais fácil que picar jornal. A granularidade mais fina representa maior área de contato, o que acelera o processo. Pergunte se a madeira não foi tratada quimicamente.

Ferramentas
  • Uma pá ou enxada para mexer a mistura
  • Um recipiente para conter a mistura
A execução
  1. Escolha um local seco e ensolarado para o recipiente. Para cada duas pás de fezes, uma pá de material rico em carbono (ex.: serragem).
  2. Adicione água e misture gradualmente até que esteja úmido mas não encharcado. Deve estar úmido como uma esponja espremida. Após preparar a mistura, não adicione mais ingredientes frescos até que o processo esteja completo, em algumas semanas.
  3. Micróbios (que ocorrem naturalmente) começarão a decompor os materiais.
  4. Proteger a mistura contra chuva é importante se o recipiente não tiver escoamento e acumular água. Não pode ficar submerso nem encharcado.
  5. Semanalmente mexa a mistura de cima para baixo, de dentro pra fora, para que tudo seja mexido. Após algumas repetições, a mistura estará visivelmente pronta, porque terá cheiro e aspecto de terra preta, ou de húmus.
  6. Depois de pronta, deixe a mistura curar por pelo menos um mês para estabilizar o pH e garantir que toda a decomposição está encerrada. Então, está pronta para usar.
Tipos de recipiente

Podem ser de muitos tipos. Caixas de tela metálica fina, de madeira, de plástico, ou até acumulado num canto (mas aí não fica limpo e organizado). De uma forma geral, é necessário um recipiente muito bem ventilado, com furos para aeração, furos que sejam pequenos o suficiente para que a mistura não vaze por eles, que não dificulte o processo de mexer a mistura, e de preferência que tenha proteção da chuva. Na minha primeira experiência, usei uma caixa plástica coberta com telha ondulada, ou seja, com ventilação apenas no topo, mas creio que foi uma escolha ruim, creio que é muito mal-ventilada.


No começo um só recipiente basta. Acumule as fezes em algum lugar ou no próprio recipiente, e quando tiver um volume razoável, misture água e serragem (ou outra fonte de carbono) e misture. Veja que depois que começou a compostagem, não pode mais adicionar fezes até que o ciclo esteja terminado.


Riscos à saúde

Fazer compostagem das fezes do seu próprio animal ou animais no quintal ou área de serviço da sua casa não traz nenhum risco adicional à saúde das pessoas da casa. Mesmo assim, é bom rever os riscos inerentes ao trato de cães e fezes de cães.

Toda pilha de restos orgânicos possui umidade e esporos de fungos que podem causar reações alérgicas em indivíduos sensíveis.

Cães naturalmente podem representar um risco à saúde do homem, seja mantendo um cão em casa ou manipulando fezes com uma pá. A melhor forma de prevenção de doenças é compostar fezes de cães saudáveis. Aplique vermífugo ao seu cão de acordo com a recomendação do seu veterinário.

Existem muitos parasitas do cão que poderiam, em casos especiais, serem transmitidos ao homem. Em especial cita-se parasitas Nematódeos e Echinococcus. Estes parasitas do cão tem o homem como hospedeiro intermediário. A contaminação dos cães pode acontecer através do contato deles com fezes de cães infectados ou da ingestão de carne crua com ovos do parasita. Cães contaminados depositam os ovos no chão através das fezes. A contaminação de homens se dá através da ingestão dos ovos, que pode acontecer em caso de higiene insuficiente após manusear o composto, ou de usar o composto produzido com  fezes contaminadas em hortas para consumo humano. Crianças estão em maior risco pelo fato de frequentemente levarem suas mãos à boca. A ingestão destes ovos pelo homem pode representar um risco de vida. Não faça compostagem de fezes de animais desconhecidos nem de animais com sinais de doenças. Descarte tais fezes através de outros métodos. Não use composto de fezes de cachorro em horas para consumo humano.

Minimize os riscos à saúde através de:
  • Use luvas e lave bem as mãos após trabalhar com cães ou com suas fezes
  • Confine a compostagem a um local definido
  • Garanta que crianças não brincarão com o composteiro, usando métodos apropriados considerando a idade das crianças
  • Não inclua fezes de animais estranhos
  • Restrinja o acesso de cadelas amamentando, prenhas, ou filhotes ao composteiro
  • Use roupas e ferramentas separadas de roupas e ferramentas para outros propósitos (compre uma pá só pra isso e seu jeans e camiseta mais velhos)
  • Não alimente seus cães com carne crua
  • Não permita que crianças brinquem em terras onde composto terminado foi aplicado recentemente
  • Vermifugue seus animais com a regularidade adequada
  • Não aplique o composto em hortas destinadas a consumo humano
  • Não posicione o composteiro onde água da chuva pode passar pelo composteiro e descer até hortas
Essa lista de riscos à saúde pode parecer meio assustadora, mas veja que fazendo compostagem numa caixa, no canto do quintal, usando uma pá, você não está exposto a nenhum risco adicional em relação aos riscos que está exposto se usa uma pá para coletar as fezes e ensacar ou descartar imediatamente. Mesmo assim, é bom entender do que estamos tratando.

O composto produzido é muito fértil e uma ótima adição às suas plantas, em vasos ou no chão. Melhora a estrutura do solo, promove a aeração, a retenção de água, e é fonte de nutrientes. Pode ser usado como cobertura de solo, controlando o brotamento de mato. Ao produzir terra para semear ou botar em vasos, uma mistura de 25% composto e 75% terra é recomendada. O composto tem alta salinidade e por isso não é recomendado para germinação de sementes.